SONETEANDO

São diversas as formas de sonetos,

Tendo a ordem em que os versos são rimados,

Porque podem rimar interpolados

Ou se alternam formando os dois quartetos.

Quando estamos montando os dois tercetos

Temos versos rimando emparelhados,

Porém, podem rimar sequenciados,

Fabricados conforme os esqueletos.

Quanto aos versos, quatorze é regra antiga;

Quanto à métrica, a mesma lei obriga:

Cada verso co’ a mesma quantidade.

Então, corra buscando a inspiração,

Pra botar emoção na construção

E o poema ficar com qualidade.

QUADRA ENQUADRADA

Quatro versos numa Estrofe

Formam a famosa Quadra,

Havendo mais de uma forma

Nas quais a rima se enquadra.

Rimando o segundo verso

Com o quarto, pra fechar,

O primeiro e o terceiro

Podem ficar sem rimar.

Uma outra forma usada

É segundo com terceiro,

Rimando quarto e primeiro

Pra quadra ficar montada.

Para encerrar os clichês,

Sem da quadra ficar farto,

Rime verso um com três,

Depois segundo com quarto.

Sete sílabas se usam em cada verso,

Para o mesmo ficar metrificado,

Mas podemos também versar com dez

Sem deixá-lo ficar de pé quebrado.

SEXTILHAS SEM PÉ QUEBRADO

Para uma estrofe em sextilha

Ficar bem metrificada,

Basta colocar seis versos,

Com sete sílabas em cada,

E observar suas rimas

Para vê-la bem formada.

Ela pode ser armada

Sem perder o seu contexto,

Porque tem a oração

Pra dar beleza a seu texto,

Com versos mantendo a rima

No segundo, quarto e sexto.


Sendo assim não há pretexto

Pra se fazer verso errado,

Basta treinar um pouquinho

Pra ficar acostumado

E deixar os seus poemas

Sem verso de “pé quebrado”.

Pra ficar mais arrumado,

Seguindo as normas acima,

Podemos usar a “deixa”,

Feita na última rima,

Pra fazer do seu poema

Tentativa de obra-prima.

A ESTROFE EM SEPTILHA

A estrofe em septilha,

Feita com sabedoria,

Tem a sequência de rimas

Que parece melodia.

Seguindo bem seu traçado,

Quem for poeta inspirado,

Dará brilho à poesia.

Quando a estrofe se cria

Se obedece à condição:

Sete sílabas por verso

Para metrificação.

E, pra ficar bem formada,

Ela deve ser montada

Com a seguinte armação:

Suas rimas seguirão,

Tendo seus versos postados

Com segundo, quarto e sétimo

Rimando e metrificados,

E, pra fechar bem o texto,

Rimando quinto com sexto,

Ficarão bem enquadrados.

Pra ver seus versos fechados

E dispostos com destreza,

Coloque a “regra da deixa”

Que lhe dará mais beleza.

E assim, para terminar,

Você vai poetizar

Com emoção e firmeza.

NOS OITO PÉS A QUADRÃO

O cordel tem qualidades

Em suas modalidades

Para as criatividades

De quem tem inspiração.

Agora nós vamos ver

Como se deve fazer

Quando se quer escrever

Nos oito pés a quadrão.

Esse estilo é coisa rica!

Nele, a gente metrifica,

Verseja e não se complica,

Se prestar bem atenção.

É uma forma gostosa,

Onde o poeta se entrosa,

Com oito versos por glosa,

Nos oito pés a quadrão.

O poeta cordelista,

Igualmente ao repentista,

Não deve perder de vista

Como é feita a armação.

Se fizeres oito linhas

Como tenho feito as minhas

Saberás como caminhas

Nos oito pés a quadrão.

Faço sem ficar disperso

Sete sílabas por verso

Porque em todo universo

É seguido esse padrão.

E pra não sair do trilho

O poema tem mais brilho

Findando com o estribilho:

Nos oito pés a quadrão.

Pra fazer a obra prima

O terceiro verso rima

Igualmente aos dois de cima

Com muita imaginação.

Mergulhado no contexto

Rimo os versos quinto e sexto

E o sétimo segue o pretexto

Dos oito pés a quadrão.

Pra estrofe terminar

É preciso observar

Que ainda faltam rimar

Dois versos da construção.

Rimando quarto e oitavo

O poema eu alinhavo

Como a abelha faz o favo

Nos oito pés a quadrão.

A DÉCIMA METRIFICADA

Uma décima pra ser feita

Também tem uma armação,

Onde os versos seguirão

Mantendo a rima perfeita.

Cada verso se sujeita

A uma dada sequência,

E quem faz com paciência

Logo, logo se aprimora,

Aprende e faz sem demora

A décima com competência.

O primeiro verso rima

Com o quarto e com o quinto,

Porém de um jeito sucinto,

Para não perder o clima.

Fechando a parte de cima,

Rimam segundo e terceiro.

Já o oitavo, bem matreiro,

Ao nono vai se encaixar

E, depois, é só rimar

Sexto, sétimo e derradeiro.

Rime verso um com três.

E verso dois com o quatro

Depois rime cinco e seis

Pra dar show no seu “teatro”.

Se quer ficar bem nos “pés”,

Rime o sete com o dez

Pra que todo mundo aprove…

E assim, para completar,

Só falta você rimar

Verso oito com o nove.

UM DECASSÍLABO BEM FEITO

Pra fazer decassílabo bem feito

É preciso dez sílabas por linha,

Pois se não for assim ele definha

E a estrofe termina com defeito.

Pra seu ritmo ficar quase perfeito,

Deixe a nota marcada na terceira.

E depois, pra seguir nessa carreira,

Marque a sexta com outra nota forte.

Pra fechar sua estrofe nesse norte,

Ponha força também na derradeira.

GALOPE EXPLICADO

Fazer um galope não é complicado,

Apenas precisa ter muita atenção,

Porque tem o ritmo que dá condução

Pra cada um dos versos ficar bem montado.

Segunda é a sílaba em que o tom é marcado,

Depois vem a quinta também a soar;

Seguindo, a oitava não pode falhar

Pra décima primeira fechar o poema,

Porque nesse barco é assim que se rema,

Nos dez de galope da beira do mar.

CRÉDITOS

Autor: Ismael Gaião

Ilustração: Edilson Oliveira

link